15 de Outubro de 2013
Os dados do 1º Trimestre de 2013 voltam a revelar uma quebra dos movimentos e dos fluxos de transporte na Região do Algarve. Com as excepções dos movimentos de passageiros no Aeroporto Internacional (A.I.) de Faro, de passageiros na Ria Formosa e de passageiros nas carreiras rodoviárias internacionais (Lagos / Sevilha), os restantes fluxos apresentam quebras com maior ou menor significado. As quebras verificadas assumem, em alguns meios de transporte, aspectos particularmente preocupantes pois acrescentam mais um trimestre de retração a séries já longas de diminuições contínuas, como são os casos dos passageiros no sistema ferroviário regional; do TMD na A2 e na A22; e dos passageiros no transporte colectivo rodoviário urbano e inter-urbano.
Para uma análise mais detalhada, destaca-se:
1 - Transporte Aéreo:
No 1º trimestre de 2013, o A. I. de Faro registou um movimento de 4.849 voos e de 615.137 passageiros (movimento comercial). Relativamente ao trimestre anterior (1º T 2012), o número de voos diminuiu 2,6%, enquanto o movimento de passageiros cresceu 1,4%.
O decréscimo de 2,6% no número de voos constitui uma retoma da quebra iniciada no último trimestre de 2011 (com 4 variações trimestrais homólogas negativas seguidas), apenas interrompida pela variação positiva ocorrida no último trimestre de 2012. Quanto ao acréscimo de 1,4%, no movimento de passageiros, reforça a série de variações trimestrais homólogas positivas (desde o 3º trimestre de 2012), elevando para 3 o número de variações positivas consecutivas.
Neste trimestre, o A. I. de Faro movimentou um total de 61.854 passageiros com os restantes aeroportos do espaço nacional, valor que corresponde a 10,1 % do total do movimento de passageiros no trimestre. Comparativamente com o trimestre homólogo do ano anterior (2011), regista-se um ligeiro decréscimo de 4,5% no movimento com os aeroportos nacionais que, ainda assim, não compromete o significativo crescimento verificado nos últimos anos.
2 - Transporte Marítimo/fluvial:
No 1º trimestre de 2013, as carreiras da Ria Formosa transportaram um total de 65.205 passageiros, resultando num fortíssimo acréscimo de 92,2% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior (2012). A carreira da travessia do Guadiana (Vila Real de Santo António - Ayamonte) transportou um total de 15.376 passageiros, resultando num decréscimo de 26,9% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior (2012).
A forte variação positiva registada no movimento de passageiros da Ria Formosa, a mais elevada desde 2007, deve-se ao facto de alguns operadores que trabalham em regime sazonal terem solicitado/obtido as necessárias licenças mais cedo do que em anos anteriores, bem como a realização de alguns eventos nas ilhas-barreira (ex: actividades desportivas) no mês de Março. Quanto à carreira do Guadiana, o decréscimo insere-se numa já larga série (desde 2007) de variações homólogas negativas, apenas por uma vez interrompida (1º trimestre de 2012).
3 - Transporte ferroviário:
No 1º trimestre de 2013, o sistema ferroviário regional (Lagos - Vila Real de Santo António) transportou um total de 343.863 passageiros, o que significa um decréscimo de 9,5% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior (2012). O Longo Curso (ligações dos serviços Alfa e Intercidades) movimentou um total de 97.442 passageiros, correspondendo a um decréscimo de 4,1% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior (2012).
No caso do sistema regional, esta é já a décima variação trimestral homóloga negativa consecutiva (desde o 4º trimestre de 2010). Quanto às ligações do Longo Curso, o decréscimo de 4,1% reflecte não apenas o contexto de recessão mas também as perturbações desencadeadas no movimento por efeito das greves.
4 - Tráfego nos principais eixos rodoviários:
No 1º trimestre de 2013, o Tráfego Médio Diário (TMD) no troço da A2 “Almodôvar / S. B. Messines” situou-se nos 4.590 veículos, correspondendo a uma diminuição de 9,3% em relação ao trimestre homólogo do ano anterior (2012). Na A22, o TMD situou-se nos 5.079 veículos, com uma diminuição de 10,4% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2012).
Em ambos os troços, estas são as décimas variações trimestrais homólogas negativas consecutivas (desde o 4º trimestre de 2010). Em ambas as vias, apesar de negativos, os decréscimos são menos do que aqueles que se registaram em todos os trimestres do ano de 2012. No troço da A2, embora a redução de 9,3% não represente uma inversão no comportamento de acentuado decréscimo manifestado desde há 10 trimestres consecutivos, parece abrandar o ritmo de perda particularmente notório nos últimos 5 trimestres. No caso da A22 há a registar que, após os fortíssimos decréscimos ocorridos nos trimestres de 2012 (na ordem dos 40 e 50%), a redução de 10,4% parece menos gravosa, embora o acumulado assuma já uma expressão muito negativa: relativamente ao 1º trimestre de 2008, houve uma redução de 67,3%. (Não foi ainda possível obter informação para os TMD no 1º trimestre de 2013 na Ponte Internacional do Guadiana, bem como para os 2 troços da EN/ER125 (Odiáxere/Estombar e Tavira/Monte Gordo), do IC1 (S.B. Messines/Tunes) e do IC4 (S.J. da Venda/Faro). Contamos apresentá-los no Boletim do 2º trimestre 2013).
5 - Transporte colectivo rodoviário:
No 1º trimestre de 2013, foram transportados 1.191.171 passageiros nas ligações urbanas regionais, menos 25,9% do que no trimestre homólogo anterior (2012). As ligações inter-urbanas (regionais) transportaram um total de 1.400.275 passageiros, menos 15,0% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2012).
As ligações inter-regionais asseguraram o transporte de 140.521 passageiros, correspondendo a um decréscimo de 5,4% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2012). As ligações internacionais (carreira Lagos – Sevilha) transportaram um total de 3.661 passageiros, o que se traduz num acréscimo de 17,7% relativamente ao trimestre homólogo anterior (2012).
Destacam-se como principais aspectos deste trimestre a continuidade das variações trimestrais homólogas negativas nas ligações urbanas, nas ligações inter-urbanas (que apresenta variações negativas em todos os trimestres desde 2008), e nas ligações (que apresenta o quarto trimestre consecutivo de variações negativas); e a recuperação no movimento das ligações internacionais (que recupera de três variações negativas consecutivas). As ligações inter-regionais apresentam um decréscimo de 5,4%, valor mais significativo que o decréscimo observado no modo ferroviário (4,1%), embora, em termos absolutos continue a movimentar um volume superior de passageiros (140.521) contra os 97.442 no Longo Curso ferroviário.
Consulte o Boletim aqui.