23 de Novembro de 2009
A comunicação versa sobre Sistemas de Poder em Turismo. Como pode o território do Algarve, seus recursos e itinerários serem inseridos naqueles sistemas? Que organizações são necessárias? Como se financiam? Que objectivos prosseguem? Como se devem estruturar suas relações? Estes problemas serão objecto da comunicação do palestrante, recém Doutorado em Turismo com a tese “Direito, Turismo e Poder -os Territórios Turísticos” e que faz valer a sua experiência prática nos planos da sociedade, da actividade privada e da administração pública, o que explica o enfoque central de poder sobre o território e sua concretização ao Algarve.
Virgílio Miguel Rodrigues Machado, casado, 2 filhas, 44 anos é natural de Portimão e reside nesta cidade. É Equiparado a Professor Adjunto na Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve e foi assessor do Secretário de Estado do Turismo do XVI Governo Constitucional (2004-2005). A sua experiência profissional diversificada permite-lhe uma visão operacional do conjunto em relação aos sistemas no Direito, da Economia e do Turismo transpostas para uma das realidades mais práticas do nosso quotidiano - o Poder. A sua tese de Doutoramento em Turismo “Direito -Turismo e Poder - os Territórios Turísticos” concluída em Maio de 2009 na Universidade de Aveiro irá ser impressa em livro no final deste ano.
Entretanto recordamos que o primeiro encontro Café Doglioni contou com a presença do historiador Claúdio Torres que nos apresentou uma interessante visão da “História dos hábitos alimentares no Mediterrâneo”.
Cláudio Torres iniciou a sua apresentação com a expressão: “Protegemos o lince e deixámos de proteger o nosso camponês e as suas tradições. A nossa agricultura é esquecida e já não se discute”, referiu.
“O pão, a passa de uva, o figo e o azeite são a base alimentar milenar da população de Mediterrâneo. O figo era o alimento calórico e vitamínico de excelência, cumprindo um papel fulcral na alimentação mediterrânica. Frequentemente, o figo ou a azeitona acompanhada de pão eram a única coisa que se comia durante o dia de trabalho”.
Cláudio Torres, discutiu ainda as questões da construção da paisagem mediterrânica ao longo dos séculos “moldada e transformada pelo homem num esforço enorme, grão de terra a grão de terra…” e as condições frágeis do equilíbrio dos recursos no interior do Algarve que estiveram de alguma forma, na base de um fluxo importante de população para o litoral.
Esta primeira conferência terminou num debate alargado com os presentes, podendo sintetizar-se na frase de Cláudio Torres: “os velhos sabores e tradições, as memórias de camponeses e pastores não podem agora ser desperdiçadas, devemos saber aguarda-los e transmiti-los, pois num futuro mais próximo que imaginamos vão ser necessários para a sobrevivência dos nossos filhos...”. Reportagem na Internet em: http://www.digitalmaistv.pt/index.html?id=438 .
O “Café-Doglioni” é uma iniciativa da CCDR Algarve que regularmente contará com palestras de especialistas sobre temas de interesse regional que conta com o apoio do PO Algarve 21_QREN. A entrada nos Encontros é livre.